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Os contextos investigativos na Educação Infantil: quando a curiosidade vira caminho.

 Na Educação Infantil, cada gesto, cada pergunta e cada olhar curioso das crianças se tornam portas para o conhecimento e experiências. 

Mas será que nós, professores, estamos escutando essas falas e aberturas com atenção?

Será que os espaços da escola estão permitindo que as crianças investiguem o mundo?

Ou ainda estamos insistindo em entregar respostas prontas?

Os contextos investigativos surgem como uma proposta que respeita as crianças como sujeitos ativos nas aprendizagens. Nestes espaços o professor não é o único detentor do saber. Nós nos tornamos parceiros  de pesquisa, observadores sensíveis e provocadores de sentidos e curiosidades.

Mas... O que são contextos investigativos?

São situações planejadas, pensadas (ou provocadas) que partem da curiosidade natural das crianças. Nesses contextos, o brincar, o explorar, o perguntar e o experimentar ganham centralidade. Não há um único caminho - Há um movimento constante de descoberta.

Esses contextos se constroem com:

Materiais ricos e diversos (não estruturados, naturais, recicláveis);

Espaços que permitem interação e liberdade;

Tempo para que as crianças explorem de forma autêntica;

Um adulto que observa com escuta atenta e registra sem controlar.

Por que os contextos são tão importantes?

Porque respeitam as infâncias em suas essências: ativas, potentes, investigadoras por natureza. Quando oferecemos um ambiente que valoriza a pesquisa infantil, estamos dizendo:

"Eu confio em você!"

"Sua pergunta importa."

"O conhecimento também nasce da sua experiência".

Além disso, os contextos investigativos desenvolvem:

- Pensamento crítico.

- Autonomia.

-Colaboração.

- Linguagens múltiplas (oral, corporal, gráfica, simbólica...).

E como fica o nosso papel enquanto professor?

Deixamos de ser um transmissor de conteúdos e nos tornamos pesquisadores das infâncias. Organizamos os espaços com intenção, intencionalidade pedagógica, registramos falas e hipóteses, escutamos com profundidade e devolvemos às crianças suas próprias descobertas, em forma de novos desafios.

Como seriam estes contextos?

Durante uma roda, uma criança pergunta:

"Por que  a sombra me segue?"

Esta pergunta pode se desdobrar em:

* Explorações no sol, no pátio, com lanternas e projetores.

* Desenhos de sombras.

*Histórias inventadas sobre sombras.

*Comparações: "A minha sombra é igual à sua?

* Registros com fotos, vídeos e falas.

O conhecimento científico se faz presente nestes momentos. Mas, também estão presentes as linguagens, a Matemática, as artes, a corporeidade e os Afetos. Sim, de afetar  positivamente as crianças que se sentiram valorizadas em seus pensares e curiosidades!

Ou seja! Mais perguntas e menos respostas! Vamos descobrir! Juntos!

Trabalhar com os contextos investigativos é se comprometer com uma educação mais viva, mais humana e mais conectada á realidade das crianças. É trocar a pergunta: O que vou ensinar hoje? Por: "O que as crianças estão me ensinando a enxergar hoje?" Isso é fenomenal! Quando nos a dispomos a ver a educação por este olhar nos fascinamos com a educação Infantil e deixamos de ser acumuladores de propostas ou atividades pedagógicas.

Então... professor das infâncias, permita-se mergulhar nesse olhar mais demorado, mais sensível e menos ansioso nos resultados. Não tenha pressa! Viva os processos com suas crianças! O que brota daí é o encantamento e aprendizagens verdadeiras.




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